sexta-feira, 22 de abril de 2011

Realidade, Ciências e Senso-Comum

realidade Pensar que podemos conhecer o mundo além do que esteja limitado pelos nossos sentidos, ou mesmo acreditar que exista algo a ser percebido e conhecido além desses limites se constitui em um dos mais belos e criativos exercícios da intuição humana. Por mais evidências que uma realidade fora de nós possa existir, sempre a conheceremos a partir do que nós somos e do que temos como aparato para sua percepção. Isso inclui não só aparelhos e equipamentos que servem como extensão de nossos sentidos físicos, como também ideologias, cosmovisões e, principalmente, a intencionalidade humana (no sentido fenomenológico do termo). Ou seja, não conhecemos o mundo apenas a partir de nossos sentidos físicos, mas do valor do sentido e do significado que um fato obtém quando se configura inserido em nossa idiossincrasia.

Imagine você, cientista e cego, saber tudo sobre o que é a cor vermelha, mas jamais ter tido a oportunidade de vê-la como as outras pessoas a vêem? Por mais que você conheça com propriedade tudo o que diz respeito à cor (suas propriedades, freqüências de ondas, prisma e etc) jamais terá a chance de experienciá-la. A falta de explicação qualitativa sobre a experiência mental humana é uma lacuna que se configura numa revitalização das justificativas de crendices das mais diversas.

Por esse motivo, a pergunta lógica se impõe: existe uma realidade além do que podemos perceber e abarcar? No caso específico do cientista, mesmo não conseguindo experienciar o que seja a cor vermelha, ela existe extra-mentis e é e pode ser experienciada pelas outras pessoas, menos por ele. Quantas coisas das quais a realidade é composta poderiam estar na classe de coisas que existem de fato, mas estão fora de nosso âmbito de percepção e da medição científica? Podemos argumentar que seja apenas uma questão de tempo trazê-las à luz da ciência, mas falando no “agora” isso é um fato incontestável.

O que precisa ficar absolutamente claro é que a constatação da possibilidade da existência de coisas além daquilo que podemos experienciar, medir, controlar, não significa que podemos inferir existências baseadas simplesmente em tradições, confortos psicológicos ou mesmo necessidades lógicas. Porém, enquanto essa constatação existir haverá uma brecha insofismável para qual crendices das mais diversas irão se imiscuir sem qualquer pudor ou qualquer rigor metodológico plausível.

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domingo, 17 de abril de 2011

O Mal, o Sofrimento e a Dor...

Uma vez me disseram:

O maior problema de quem não acredita em Deus, pelo que tenho visto, é sua falta de justificativa mental para o mal, o sofrimento e a dor

sofrim Ocasião em que fui obrigado a concordar. De fato é um problema. Mas nem de longe isso significa que a resposta seja automaticamente ou necessariamente uma crendice. Não é porque não há respostas para algo, é que aquilo que nos conforta deva ser a verdade sobre esse algo. Eis a grande diferença de postura entre o crédulo e o cético. Ambos, quando às voltas com um problema, respondem de maneira diversa: um se apega ao que lhe é útil ou agradável, outro se apega ao que lhe é coerente. Para o crédulo (e não posso generalizar) o que lhe é útil e lhe traz conforto mental o é por ser coerente. Isso é uma falácia sem tamanho. Por outro lado os critérios de coerência do cético são outros.

O pensamento filosófico-científico (que os céticos em geral adotam) suporta a dúvida, a incerteza e a falta de respostas quando nenhuma delas satisfaz os critérios pelos quais se constitui consensualmente um saber. Ao passo que a religião e a crendice em geral precisa de certezas e respostas a qualquer custo: qualquer falta de resposta torna automaticamente verdade qualquer coisa que satisfaça as necessidades utilitárias do crente.

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domingo, 10 de abril de 2011

formspring.me

Pergunte-me o que gostaria de saber de mim! http://formspring.me/gilmirandajr

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