Hoje (16/08) é dia do Filósofo. Sinceramente eu nem sabia que existia esse dia. Procurei na internet para saber se é algum dia instituído pela ONU ou por alguma instituição renomada, mas não encontrei nada. De onde surgiu? Por que precisamos, filósofos, de um dia? Porém, coincidentemente é o dia em que nasci, assim como foi o de Tiradentes, do Oscarito, de Bukowsky, do Millôr, do Marcelo Nova e da Madonna. É também quando morreu Elvis, Bela Logosi e Robert Johnson.
Entre nascimentos e mortes ilustres (ao menos para mim), eu estou entre o Pop, o Clássico e o Cult, mesmo anonimamente e, agora, quase cataléptico. Fazer aniversário é estar mais perto de deixar de existir. Que constatação estranha! Mais um ano de vida é mais um ano perto da morte. E todos os amigos, carinhosamente, nos dão parabéns e, não raro, presentes. Minha irmã, com 7 anos na época, havia pedido aos meus pais uma bicicleta ou um irmãozinho. E eu vim ao mundo. Ela perdeu a bicicleta rs...
Há quem se irrite e ache falsa modéstia quando reforço que sou postulante a filósofo. Como se tornar um? Como se autodenominar um? Que direito temos, formados ou não, em nos titularmos filósofos? É muito vago dizer que é filósofo aquele que olha racionalmente a realidade. Ou que a explica. Ou que a investiga. Qualquer um de nós, bastando respirar, faz isso. Não há nada que façamos que não seja racionalmente. Até respiramos racionalmente. Há quem diga que, por ser automático e ser em nível subconsciente, a respiração não é racional. Mas quem determinou que fosse racional apenas aquilo que é intencional e raciocinado? A racionalidade está em tudo, ela é contingente, econômica... A “ratio” pela qual as coisas se dão independe de uma vontade, de uma intenção ou de um plano prévio para acontecer. Quando nos abstraímos da circunstância para lermos o Logos dos acontecimentos e interferirmos nele, estamos estabelecendo apenas outro tipo de “ratio”. O próprio ato de observar já estabelece outra “ratio”. Mas tudo isso é “ratio”.