terça-feira, 10 de junho de 2008

Quisera Eu... (Poesia)

Quisera eu ser comedido, circunspecto e prudente,
Deixar de ter toda essa vida transbordando aos borbotões de cada poro de meu corpo

Quisera eu fosse possível controlar essa ânsia
De estar-no-mundo em plena carne viva, constantemente

Quisera eu, às vezes, deixar de ser eu... nos outros... em mim....

6 comentários:

almariada disse...

Você só é "eu" enquanto pensar que o é ;) quem pensa que é "eu"? não estou a brincar, estou a recomendar-lhe Wei Wu Wei, pseudónimo de alguém que se dedicou a escrever sobre isto... :) tudo bom!

Gilberto Miranda Jr. disse...

Almariada, que interssante isso. Muito obrigado por seu comentário. Será que podemos refletir melhor sobre isso juntos ? Vou procurar a referência que você me traz.

Se eu sou eu somente quando penso no que sou, quando vivo simplesmente existo, sou parte de um Ser total, em pleno movimento, no fluxo contínuo das coisas.

Mesmo deixando de pensar no que sou, o próprio contato com o mundo me delimita, pois o sinto, tenho carne, que sente os limites entre as coisas e algo que denomino eu...

Nossa, é viajante isso, e muito legal..

almariada disse...

;) pois é! na amazon há os livros dele em inglês, não sei se há algum traduzido em português, podia ser um bom projecto: traduzir Wei Wu Wei! Ainda não tinha pensado nisto, mas realmente acho que era! Será que dá?!

LCM disse...

otimo blog, tem muitas idéias interessantes, acabei de criar meu blog e vendo o seu tive muitas ideias de como fazer um bom blog, caso queira visitar, sinta-se a vontade

Daniel Alabarce disse...

pow gilberto, está aí a solução de muitos dos meus problemas!

O que você escreveu lá no meu blog sobre pensarmos em relação de causalidade em todas as coisas!

Na verdade Deus não nos criou para nada mais a não ser viver, sentir, estar aí para tudo e todos.

A graça da vida está em ser mesmo um sistema nervosa super sensível, mas ao contrário do nosso corpo que proteje todo o sistema nervoso, devemos deixar as emoções e afetividade(no sentido da capacidade de sermos afetados) à flor da pele mesmo! Comer, beber, dançar, criar, e sentir o prazer de todas estas dádivas sem medida alguma, com toda liberdade!

Estou voltando a amar a vida novamente! valeu!

Gilberto Miranda Jr. disse...

Dani (black pianista), quando estamos em carne viva, pura existência afetada, na intersubjetividade, nem temos tempo de pensar em nossos problemas. Sentimos o peso e a leveza de sermos livres, no mundo e com o mundo.

Não temos, na verdade, nem como saber se fomos criados, quanto mais se o fomos para algum fim específico. Optamos por assumir algumas verdades que nos conforta. E o conforto, é o contrário de viver, de estar à flor da pele, lançado ao mundo. O mundo, definitivamnete não é confortável rs.

Uma bailarina para nos dar aquela sensação de inefabilidade, de pura flutuação, onde "apaga da terra toda fadiga e toda tolice" (VALÉRY, Paul) extenua-se em habituar-se com seu próprio corpo, lançando-se às dores de tê-lo como instrumento perfeito de sua voluntariedade.

Você mesmo, caro amigo, para chegar a virtuosidade de ter as teclas de seu piano como extensão natural de seus dedos, extenuou-se fisico-emocional-psiquicamente.

É vivendo e estando aberto, que forjamos a nós mesmos viver cada vez mais e melhor. Como a bailarina. Como você...

Nada é gratuito, doado, oferecido. Tudo é arrancado na oposição dos contrários, emergindo a plenitude de estarmos no mundo da melhor maneira possivel...

É isso viver? Para mim é.... Eu tenho aprendido isso com uma grande pesssoam e vivcer assim abrem-se portas perceptivas maravilhosas...Bem vindo à vida... em carne viva...

Postar um comentário

Aqui você terá o direito de opinar, comentar, fazer uma crítida, dar uma sugestão ou escrever o que você quiser, desde que mantenha um nível de civilidade e não ofenda ao autor ou a outro comentarista. Os comentários serão respondidos aqui mesmo... Obrigado pela visita...