sábado, 12 de junho de 2010

Jovens Velhos...

CorpoVelho-MenteJovem Existem jovens que são velhos. Velho já sabe tudo. Não acredita que existam mais coisas a serem nomeadas e relacionadas. Tudo já se encontra encaixado naquilo que sempre esteve e ele já descobriu ao longo da vida. Quando é que recuperaremos enquanto humanidade a nossa capacidade de nomear as coisas novamente, de estabelecer novas relações e valores entre elas?

Quando abrimos mão de corresponder à expectativas, sejam do mundo, da sociedade e nossas mesmos, parece-me que recuperamos uma antiga capacidade humana (própria até da juventude) de nomear o mundo muito mais por aquilo que desejamos dele, do que por aquilo que ele espera de nós. E é só assim que transformamos o mundo, ou seja, quando abrimos mão de reproduzir os nomes e as relações já estabelecidas e passamos a nomeá-lo (ele e as coisas dele) a partir de novas perspectivas e desejos que não reprimimos para atender o status quo.

Hoje, o homem e a mulher se vêem diante de escolhas múltiplas em um mundo globalizado e de referências cruzadas e, como nunca, podem se vir co-participes da história, sujeitos mesmo. Antes de sujeitos históricos ou concomitantes a essa condição, podem o homem e a mulher fazerem a própria história, sem, contudo, negar as suas próprias condições históricas.

Ser histórico é saber-se fruto do passado e das relações que as variáveis que se relacionam historicamente nos formam. Mas ser histórico tem como fundamento não ser apenas mero efeito dessas inter-relações, mas ser determinado por valores que direcionaram essas relações a um determinado efeito. A revolução desses valores, ou como Nietzsche nos diz, a transmutação desses valores pode sim determinar outros rumos e rearranjos que desviam a história e formam outras.

A história da humanidade foi pautada pela luta pelo poder para determinar a história. A cada vitória, o valor dominante estabelecia um arranjo de coisas que levava a um determinado lugar. O poder destituído ou diluído no que chamamos “Capital Humano” é a oportunidade contemporânea de o homem responsabilizar-se por si e tomar as rédeas de sua própria história.

Esse é o novo jogo, a nova vida: uma história a ser contada por nós, todos nós... E para jogá-lo é necessário resgatar o jovem em nós e nos próprios jovens. É possível? Fica a pergunta... É possível passarmos a nomear o mundo a partir de novos valores, nos negando a sermos mero repetidores das tradições?

5 comentários:

Grazzi Yatña disse...

Estamos aqui pra isso, para sermos originais onde é preciso.

Gustavo Ferreira (Harry) disse...

Muito bom Miranda. Eu gostei de ler isso porque me lembrou de uma parte do que é filosofia que agora na faculdade eu sem querer acabei me esquecendo que existia... Valeu!

Abraços!

Gustavo Harry

Luísa Alves disse...

Oi Gilberto!

Enviei um e-mail a você para gil-jr@uol.com.br
ontem. Tenho uma informação que pode interessar seus leitores. Estou à disposição em luisaalves83@gmail.com

Abraço!

Unknown disse...

Olá amigos, deixo aqui a minha dica:
A Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia da América Latina e do Caribe (Red-POP) recebe até 15 de novembro, propostas de trabalho para a 12ª Reunião Bienal (http://www.mc.unicamp.br/redpop2011/) que acontece no Brasil, organizada pelo Museu Exploratório de Ciências (MC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de 29 de maio a 2 de junho de 2011.
Com o tema “A profissionalização do trabalho de divulgação científica”, o encontro aceitará tanto trabalhos de pesquisa, de caráter acadêmico, quanto de profissionais da área, interessados em relatar suas experiências. Cinco eixos temáticos vão nortear a 12ª Reunião: Educação não-formal em ciências; Jornalismo científico; Programas e materiais para museus de ciências: materiais e práticas concretas; Museografia e museologia científica; Público, impacto e avaliação dos programas.

Consultora em Educação disse...

Como conviver com o idoso

Ivone Boechat (autora)

1- Nunca pergunte a um idoso: qual é o segredo de viver tanto assim? Porque a pessoa não vai lhe convencer ou vai dizer que não sabe a resposta. Quem vai adivinhar como se vive anos e anos, com tanta virose, corrupção, mentira, tapeação, bala perdida, exploração... ruindade!
2- Nunca telefone ou visite um idoso entre 12:00h e 16:00h. TODO idoso gosta de descansar nesse período sagrado.
3- Jamais conte um problema ao idoso. Ele vai poder ajudar? Também não seja o problema do idoso: é covardia. Ele não vai ter como se defender.
4- Nunca interfira na decisão do idoso: se ele decidiu ser enterrado ou cremado. Não fique reclamando do preço da cremação, do túmulo..Nem fique agourando e perguntando o que a família deve escrever por cima do túmulo.
5- Nunca diga ao idoso: essa história você já me contou dez vezes. Diga a ele que a história é interessante e o ajude a resumi-la. Ele vai entender que a história é conhecida!
6- Não estimule o idoso a se lembrar de um fato que lhe cause sofrimento. Desvie sempre a tristeza para o lado bom de tudo.
7- Não explore a disponibilidade do idoso, lembre-se que ele já trabalhou muito e hoje não tem mais resistência, saúde e vigor para tomar conta de problemas e cachorros... dos outros. Deixe em paz o cartão bancário com o pagamento da minguadíssima aposentadoria. Vai à luta!
8- Mude o canal da TV quando o assunto é desgraça!
9- Ao visitar o idoso, leve algo que lhe faça bem à saúde: boa conversa, estímulos, boas notícias... palavras cruzadas, linha para crochê... uma fruta que ele possa consumir... um livro. Nas festas de aniversário e Natal, seja criativo! Chega de tanto pijama e chinelo.
10- Lembre-se: a pessoa idosa tem todo direito à felicidade e não vai ser você que vai atormentar os derradeiros dias da vida de ninguém. Exercite a gratidão, o perdão, a solidariedade e chega de despejar lixos de traumas, tristezas antigas e carências na caçamba que a vida cismou de colocar na porta de quem lutou tanto para resistir às intempéries.

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